segunda-feira, 24 de julho de 2006

Soneto do Amigo

Como de hábito, procuro postar mensagens que de alguma forma se relacionem com meu momento pessoal. Tenho muito a dizer para tantas pessoas, essenciamente amigos. E mais do que isso, a poesia nos oferece a oportuniade de darmos a oportunidade de outras pessoas multiplicarem a mesma mensagem, seja ela boa ou ruim - Eis que recorro mais uma vez à Vinícius para tomar emprestado algumas mensagens sobre um assunto que muito me interessa: Amizade.


Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.

É bom sentá-lo novamente ao lado
Com os olhos que contem o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.

Um bicho igual à mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com meu próprio engano.

O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...

Vinícius de Moraes, Los Angeles, 7/12/1946