Perguntaram-me "-Que tipo de poesia você gosta afinal?", respondi "-Das boas!" - Sei que para os estudiosos há uma divisão muito clara no que chamam de "Movimentos Literáreos" - Parnasianismo, Romantismo, Modernismo etc. Mas o que isso importa para mim? Não posso gostar de textos tensos como de Augusto dos Anjos e pensamentos céticos de Nietzsche e, ao mesmo tempo, encontrar inteligência e admiração nos lamentos de amor de Vinícius?
E como últimamente tenho tentado resgatar poesias que tem a ver com meu momento, minha realidade e, sempre, com meus sentimentos, aproveitei para postar uma poesia de Guilherme de Almeida, um Humanista, e quem ainda não citei neste blog.
(Uma pequena homenagem à minha avó, que tinha esta poesia como sua preferida e que hoje mora no céu)
Lembrança, quanta lembrança
Dos tempos que já lá vão!
Minha vida de criança,
Minha bolha de sabão!
Como vais, como te apartas,
E que sozinho que estou!
Ó meu castelo de cartas,
Quem foi que te derrubou?
Tudo muda, tudo passa
Neste mundo de ilusão;
Vai para o céu a fumaça,
Fica na terra o carvão.
Mas sempre, sem que te iludas,
Cantando no mesmo tom,
Só tu, coração, não mudas,
Porque és puro e porque és bom!
Guilherme de Almeida
Proporcionar a todos os usuários e fundamentalmente para mim, um módico arquivo digital de cultura. Esta é a razão de ser deste Blog. Intervenções precisas, como fez Camões, sem manter um verso em falso; Lamentos de amor de Vinícius, em prosa e verso, falado e cantado; a Esquizofrenia contagiosa de Pessoa; as letras soberanas de Chico Buarque; Os conselhos ditados por Drummond; E por fim, algumas das bestialógicas quais produzo em linhas pretenciosas, todavia bem intencionadas.