sexta-feira, 27 de maio de 2011

Se acaso fosses...

Se fugiste à desdita consorte,
Se com sorte saístes assim
Optara por alameda vazia,
Sem nenhuma poesia inventada por mim

Se não soluças meus lamentos noturnos,
E em minha vida diurna não choras por ela
Tu não choras por nada que valha,
Mas manténs a medalha de ter minha tutela

Se não renuncias nossos dias de riso,
Pesquiso se ainda há coração
No meu peito duram veias aflitas
E excitas meu resto de inspiração

Se não crias poesias movidas,
Se poesias tu não podes criar
Então, solte, eu escrevo sozinho
E penso baixinho pra ninguém escutar.

Luiz Felipe Angulo Filho

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Bom dia aos dias

Bom dia porque o dia é bom!
E disto não se contesta;
Se por algo o dia não for, durma
e amanhã lhe refaço a promessa.

Luiz Felipe Angulo Filho

terça-feira, 10 de maio de 2011

A contrario sensu

Eu amo porque é o que noto
e esta lástima me escolta
Quero teu namoro, ser eu de novo
A coisa que a ti importa


Anômalo faz-se o escoltar
o colóquio de seu desvelo
Habitual são as insídias, celeumas
que nos trairdes o canteiro

Se o instante, caso o tempo
se o começo, caso o fim
pretendo irrevogável que saibas
o quão, sempre, a almejo em mim


Alcanço que devasto,
este plácido período de apreço
Ocorres que meu mal é a poesia,
enquanto o seu mal desconheço.

Luiz Felipe Angulo Filho