quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Vazio, vazias...

As mãos que tenho reclamam sua ausência.

Angustia prodigiosa dos não saberes que tenho, de não crer se já a tive ao regaço ou se és parte distante de minha prosa?
De não saber por tamanha pretensão de decência, caso sua presença faz-se comum a este mundo vadio.


Amargura de ter eu mãos vazias...


Confundo-a diariamente por ignorância de seu nome.
Acho-a por cantos todos e esvazio-me em seguida: Não a noto.
Não sei de você, de sua biografia e apenas simpatizo com a ideia de que gostes de alguma poesia.


Quero-a tanto que sigo séquito de maneira imperdoavelmente marginal aos arredores das ruas. Faço-me cidadão ripário, todavia canso... Tardo, rejeito a conduta de ter paciência e abasteço-me de vinho em excesso.


Poderia seres tu alguém que está imediatamente ali, há estreitos de meus minutos
Ao invés, vaga indesculpavelmente alheia de meus braços.


Os tempos acumulam-se dando variação à temperatura e aos costumes,
No entanto obsto a sua vaga de mulher de poesia somente, de personagem de literatura... Cobiço eu reforçar sua existência por sua almejada existência, composta de perfume e aleatórios desacertos.


Quero eu poder ofertar-lhe sonetos e ter-te minha: minha olímpica namorada
Anseio entregar às mãos que reclamam presença e saudade
De uma paz de verdade, de uma vida de amores e mais nada.

Luiz Felipe Angulo Filho