quinta-feira, 27 de julho de 2006

Saudade de uma Resina Lembrança

Saudade de uma resina lembrança
De idéias utópicas, mais reais que o real
Te contemplo, verdade da vida (de perto)
Poesia simplória e ferida
Regozijo de lembrar da esperança
De apoiar-me em paredes,
Manchadas de mãos de brincar
Entristeço, pois me lembro do cheiro,
De meu quarto que precedia o deitar.
Saudades de uma resina lembrança.

Reúno minhas idéias errantes,
Por nada e por ti, por mim.
Escrevo uma prosa marcante
Que de tantas idéias,
Não chegam a um fim.

Somos verdes, desconhecidos.
Desconheço-me de mim, do antes
Sou agora o que fui feito
De idéias utópicas, mais reais que o real
Permaneço indeciso e indago:
Será minha esta vida afinal?

A idéia é uma verdade vencida,
Que sensível faz-se apenas o lembrar
É impróprio definir uma imagem
Como a única figura a se considerar.

O que foi feito de meus brinquedos?
Aqueles pelo qual eu dava valor
Serão eles a causa e o efeito
Que por melancolia são-me entregues com dor
Opto pela culpa nenhuma,
Salvo a rasura de um roteiro desigual:
Quando ganho, sou Deus da vitória
E na derrota, delegado do mal.

Luiz Felipe Angulo Filho, Julho 2006