Saudade de uma resina lembrança
De idéias utópicas, mais reais que o real
Te contemplo, verdade da vida (de perto)
Poesia simplória e ferida
Regozijo de lembrar da esperança
De apoiar-me em paredes,
Manchadas de mãos de brincar
Entristeço, pois me lembro do cheiro,
De meu quarto que precedia o deitar.
Saudades de uma resina lembrança.
Reúno minhas idéias errantes,
Por nada e por ti, por mim.
Escrevo uma prosa marcante
Que de tantas idéias,
Não chegam a um fim.
Somos verdes, desconhecidos.
Desconheço-me de mim, do antes
Sou agora o que fui feito
De idéias utópicas, mais reais que o real
Permaneço indeciso e indago:
Será minha esta vida afinal?
A idéia é uma verdade vencida,
Que sensível faz-se apenas o lembrar
É impróprio definir uma imagem
Como a única figura a se considerar.
O que foi feito de meus brinquedos?
Aqueles pelo qual eu dava valor
Serão eles a causa e o efeito
Que por melancolia são-me entregues com dor
Opto pela culpa nenhuma,
Salvo a rasura de um roteiro desigual:
Quando ganho, sou Deus da vitória
E na derrota, delegado do mal.
Luiz Felipe Angulo Filho, Julho 2006
Proporcionar a todos os usuários e fundamentalmente para mim, um módico arquivo digital de cultura. Esta é a razão de ser deste Blog. Intervenções precisas, como fez Camões, sem manter um verso em falso; Lamentos de amor de Vinícius, em prosa e verso, falado e cantado; a Esquizofrenia contagiosa de Pessoa; as letras soberanas de Chico Buarque; Os conselhos ditados por Drummond; E por fim, algumas das bestialógicas quais produzo em linhas pretenciosas, todavia bem intencionadas.