quarta-feira, 29 de julho de 2009

E minha poesia está mantida

Este mundo está suficientemente oblíquo
E meu sentimento é de um desvairado,
Mesmo sendo eu de tantos contraditos

Receio pelo romantismo, qual creio esteja findado
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O romantismo deveria ser hábito
E não só dos poetas do século dezenove,
Contudo o que tenho visto de toda esta gente
São coletivos de poesias e versos com quem ninguém se comove...
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A Orbe que usamos está consumida...
Perdida entre o capital e egocentrismo em demasia
Somos distintos de alma, todavia vizinhos de período
Estará por nós algum ledor sobrevivente ou somente em minha fantasia?
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Se escrevo é porque permaneço e sou eu um sobrevivente
Encontro beleza no vil e no que é poético, no calor ou na garoa
Persisto porquanto, pois, sou eu: exagerado e romanesco
E minha poesia está mantida, sejas para mim ou para mais (apenas) uma pessoa

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Luiz Felipe Angulo Filho

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Prelúdio indesculpavelmente poético

Meu prelúdio indesculpavelmente poético
Divulga ao meu peito a compleição de novos alentos
Soubestes interpor-se entre minha poesia e meus sentimentos
Cedendo alguns carinhos seus ao meu sermão ortoépico.
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Mariela... Não sabes sequer do amor que tenho dela
(Se ao menos soubesse eu deste amor que me acometeu.)
A instância de fazer-me rogado ao que é romanesco,
Ao que catolicamente é inadmissível,
Salvo os poemas quais penso ainda poder produzir,
Dissolve-se na mesma proporção em que se torna visível
Sua imagem em que meus delírios escondiam a expressão.
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Mariela... Será este o nome dela, ou dela minha afeição?
Penso não ser de Maria, embora haja alguma poesia...
Penso não ser Madalena, embora haja tanto poema...
Penso, portanto, que sejas amada e minha própria ilação
Diz-me que queres teu amor em prosa descrito,
Embora seja bastante esquisito:
Descobrir em outrem a resposta perdida
Do maior sentimento que trago na vida
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Luiz Felipe Angulo Filho

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Por outro lado

Se nunca teves desamor
Te preparas pra teu primeiro
E se desconheces o amor
O inverso é verdadeiro
.
Luiz Felipe

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Neste breve espaço de Outono

Enquanto a manhã ainda se exibe, todavia
Dedico algumas horas em repetir os nomes de quem amo
Digo-os em vezes copiadas, ofertando-lhes espaço em meu dia.
O tempo chora;
Não obstante os nomes tenho-os em euforia!
Amo-os tão lentamente...
Neste lacônico momento entre o nascimento e o contorno
E amo-os tanto que não concebo vicissitudes:
Vivo entre nostálgicas horas de canto (intensamente)
E a poetizar ao que me soam virtudes
Neste breve espaço de outono.
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Luiz Felipe Angulo Filho