quinta-feira, 21 de maio de 2009

O passado não tem tempo

O passado não tem tempo, não tem jeito:
Hospeda-se entre o peito e faz-nos companhia
Na medida em que a coisa é finada e o trato desfeito,
Logo nasce algo de permanente pelo dia.

A coisa findada é ocasião,
Não a tenho mais por perto,
Contudo e a recordação?
Se a coisa desfeita é tida por completo,
O completo é imperfeito, é par da ilusão...

O dia novo não é passado, por enquanto
Outras coisas serão findadas e reúnem-se as utopias
E quanto mais as coisas forem postas em um canto
Mais ganhamos outras novas companhias

A coisa nova és-nos conteúdo de efeito convincente
E é assim que a coisa passa desperta sem dormitório...
E se a coisa é dada em contumaz estado permanente
Eis que o dia finda e o estado da coisa se revela provisório


Luiz Felipe Angulo Filho