quinta-feira, 19 de abril de 2007

Contemplação Maior

Por onde não enxergas que tu vives?
Entrego-me a ti contemplativo
Assegura-me, se não sabes, do perigo
Com ti, apresento meus recessos
Minhas confidências e meus excessos
Por onde não enxergas que tu vives?
...
Refira-se, sim, a seus sonhos poucos
Àqueles quais os meus já viste a sós
Se fores um dia, reconheço seu posto
Quando ficas comigo, o eu vira nós.
...
Desvendo sua pele acre de viver
Será que vives e sofres de dor? (como nós)
És minha amante cã e recusas sofrer
Enquanto me choras, antigo assim
Troçar favorável ao dolo sopor
Traz-me suas flores perto de mim
...
O que foi íntimo agora é comum
Suas flores meus segredos de paz
Vi que cresceres de nobreza incomum
...
Não quero que me abras porém
Minha poesia é segredo demais
E teu vaso susténs meu estro, amém.

Luiz Felipe Angulo Filho