É, o Chico... Na última semana uma grande amiga me emprestou um CD ao vivo, com as boas velhas músicas de Chico. Me impressiona o como em cada nova investida, mesmo em músicas quais já conhecemos, encontramos novas mensagens (ricas, comuns e cheias de conteúdo). Talvez isso também tenha a ver com nosso momento, aliás, eu afirmaria que tem! Ficamos mais abertos à mensagens cheias de amor um dia, no outro nos reservamos à mensagens políticas ou sociais e por aí vai. Hoje, e agradeço muito à muitos por isso, inclusive a mim mesmo, assisto à músicas diversas e consigo rir do pesar e, então, encontrar no sistema saídas e oportunidades, ao invés de angústias e lamentos! Agradeço, portanto, à muitos; Entre estes muitos ao Chico - Buarque - que de tão presente não é mais um compositor ou um poeta, mas sim um parceiro e confidente. "Quem não o conhece não pode mais ver pra crer. Quem jamais o esquece não pode reconhecer"
"Tinha cá pra mim
Que agora sim
Eu vivia enfim o grande amor!
...Mentira
Me atirei assim
De trampolim
Fui até o fim um amador.
Passava um verão
A água e pão
Dava o meu quinhão pro grande amor!
...Mentira
Eu botava a mão
No fogo então
Com meu coração de fiador
Hoje eu tenho apenas uma pedra no meu peito
Exijo respeito, não sou mais um sonhador
Chego a mudar de calçada
Quando aparece uma flor
E dou risada do grande amor!
... Mentira
Fui muito fiel
Comprei anel
Botei no papel o grande amor!
...Mentira
Reservei hotel
Sarapatel
E lua-de-mel em Salvador
Fui rezar na Sé
Pra São José
Que eu levava fé no grande amor!
...Mentira
Fiz promessa até
Pra Oxumaré
De subir a pé o Redentor
Hoje eu tenho apenas uma pedra no meu peito
Exijo respeito, não sou mais um sonhador
Chego a mudar de calçada
Quando aparece uma flor
E dou risada do grande amor!
...Mentira"
Chico Buarque
Proporcionar a todos os usuários e fundamentalmente para mim, um módico arquivo digital de cultura. Esta é a razão de ser deste Blog. Intervenções precisas, como fez Camões, sem manter um verso em falso; Lamentos de amor de Vinícius, em prosa e verso, falado e cantado; a Esquizofrenia contagiosa de Pessoa; as letras soberanas de Chico Buarque; Os conselhos ditados por Drummond; E por fim, algumas das bestialógicas quais produzo em linhas pretenciosas, todavia bem intencionadas.