domingo, 3 de setembro de 2006

Anel de Vidro

Eu gosto muito de Manuel Bandeira. Não sou um especialista, nem tão pouco conheço todas suas obras. Mas conheço sua história e textos de mensagens precisas de sua autoria. Tenho por mim, que uma das coisas que melhor posso fazer é dividir coisas boas com todos os usuários (ou curiosos) deste blog. Portanto, não uso, hoje, algo que fale de mim de meu momento, mas sim uma poesia que faz parte da obra de um de nossos principais pensadores.

Aquele pequenino anel que tu me deste,
– Ai de mim – era vidro e logo se quebrou…
Assim também o eterno amor que prometeste,
- Eterno! era bem pouco e cedo se acabou.

Frágil penhor que foi do amor que me tiveste,
Símbolo da afeição que o tempo aniquilou,
–Aquele pequenino anel que tu me deste,
– Ai de mim – era vidro e logo se quebrou…

Não me turbou, porém, o despeito que investe
Gritando maldições contra aquilo que amou.
De ti conservo no peito a saudade celeste…
Como também guardei o pó que me ficou
Daquele pequenino anel que tu me deste…

Manuel Bandeira