terça-feira, 27 de junho de 2006

Soneto do Maior Amor

Como já comentei em algumas ocasiões, a razão de ser deste blog é reunir pensamentos. Textos, sonetos etc. - ate comentários, resenhas - mas tudo que, invariávelmente haja conexão com minha realidade. Com meu momento, talvez, já que oscilamos tanto. Por isso esta mistura, ao meu ver contrutiva, entre textos meus e materiais consagrados de gênios da literatura e da poesia.

Maior amor nem mais estranho existe
Que o meu, que não sossega a coisa amada
E quando a sente alegre, fica triste
E se a vê descontente, dá risada.

E que só fica em paz se lhe resiste
O amado coração, e que se agrada
Mais da eterna aventura em que persiste
Que de uma vida mal-aventurada.

Louco amor meu, que quando toca, fere
E quando fere vibra, mas prefere
Ferir a fenecer – e vive a esmo
Fiel à sua lei de cada instante
Desassombrado, doido, delirante
Numa paixão de tudo e de si mesmo.

Vinícius de Moraes