sexta-feira, 26 de junho de 2009

Poesia (à Isabella)

"Olhas quanta teimosia:
Estabeleceu-se um novo dia!

...
Há pouco, enquanto amanhecia
Sonhava com ela em alguma harmonia
E mal abarco esta nostalgia....
A bela que talvez adormecia,
era a mulher de minha autoria
a qual ela desconhecia,
o que podia?

Ela sequer me conhecia.
E há o que mais me angustia:
Enquanto esta vã alegria
somente se estabelecia,
dispunha de flores em demasia.
Depois os versos os quais produzia:
Escrevia, escrevia, escrevia,
E Isabella não lia.

...
Contudo era a minha alegria,
Ter-me livre, em alforria
e poetizar o amor que crescia,
sem censuras à minha euforia.
Mas há a idiossincrasia
onde Chico vê primazia,
Isabella pode ter letargia.
Este romantismo que introduzia,
Pode ser ao que a ela angustia.
A verdade é que eu não sabia.
Vestido de mim mesmo, insistia
Sem qualquer fantasia.
Trazia em minha filosofia
dar à bela o que meu peito dizia,
E o que poderia?
Interpretar que a idéia não florescia?
Isso eu não concebia!
Mas a nova manhã, mesmo que fria
Obsta minha psicologia
Favorece meus escritos, todavia
à quem eu persuadia.
Não creio que o amor seja mais endemia,
Contudo não é velharia,
Ou seria?

...
Muito bem, sem qualquer hipocrisia
Sou feliz ao que me sucumbia
Se este amor não o tiver em biografia
ao menos o tive em uma nova poesia."

...
Luiz Felipe Angulo Filho