"Olhas quanta teimosia:
Estabeleceu-se um novo dia!
...
Há pouco, enquanto amanhecia
Sonhava com ela em alguma harmonia
E mal abarco esta nostalgia....
A bela que talvez adormecia,
era a mulher de minha autoria
a qual ela desconhecia,
o que podia?
Ela sequer me conhecia.
E há o que mais me angustia:
Enquanto esta vã alegria
somente se estabelecia,
dispunha de flores em demasia.
Depois os versos os quais produzia:
Escrevia, escrevia, escrevia,
E Isabella não lia.
...
Contudo era a minha alegria,
Ter-me livre, em alforria
e poetizar o amor que crescia,
sem censuras à minha euforia.
Mas há a idiossincrasia
onde Chico vê primazia,
Isabella pode ter letargia.
Este romantismo que introduzia,
Pode ser ao que a ela angustia.
A verdade é que eu não sabia.
Vestido de mim mesmo, insistia
Sem qualquer fantasia.
Trazia em minha filosofia
dar à bela o que meu peito dizia,
E o que poderia?
Interpretar que a idéia não florescia?
Isso eu não concebia!
Mas a nova manhã, mesmo que fria
Obsta minha psicologia
Favorece meus escritos, todavia
à quem eu persuadia.
Não creio que o amor seja mais endemia,
Contudo não é velharia,
Ou seria?
...
Muito bem, sem qualquer hipocrisia
Sou feliz ao que me sucumbia
Se este amor não o tiver em biografia
ao menos o tive em uma nova poesia."
...
Luiz Felipe Angulo Filho
Proporcionar a todos os usuários e fundamentalmente para mim, um módico arquivo digital de cultura. Esta é a razão de ser deste Blog. Intervenções precisas, como fez Camões, sem manter um verso em falso; Lamentos de amor de Vinícius, em prosa e verso, falado e cantado; a Esquizofrenia contagiosa de Pessoa; as letras soberanas de Chico Buarque; Os conselhos ditados por Drummond; E por fim, algumas das bestialógicas quais produzo em linhas pretenciosas, todavia bem intencionadas.