sábado, 21 de junho de 2008

Grito de Alerta

- Por mais que em algum momento eu tente engatar alguma sequência definida de poemas, sonetos - ou que for - como anunciei há pouco, foi inevitável a mudança. A definição se dá com o fato consumado, quaisquer eventuais ajustes devem, sim, serem trazidos em pról da coerência, da qualidade e, por fim, deste processo infindo de amadurecimento. Estas linhas abaixo, de Gonzaguinha, não são as minhas como havia dito que faria, mas sinto-me razoávelmente seguro em tê-las como minhas palavras.

"Primeiro você me azucrina
Me entorta a cabeça
Me bota na boca
Um gosto amargo de fel...

Depois
Vem chorando desculpas
Assim meio pedindo
Querendo ganhar
Um bocado de mel...

Não vê que então eu me rasgo
Engasgo, engulo
Reflito e estendo a mão
E assim nossa vida
É um rio secando
As pedras cortando
E eu vou perguntando:
Até quando?...

São tantas coisinhas miúdas
Roendo, comendo
Arrasando aos poucos
Com o nosso ideal
São frases perdidas num mundo
De gritos e gestos
Num jogo de culpa
Que faz tanto mal...

Não quero a razão
Pois eu sei
O quanto estou errado
E o quanto já fiz destruir
Só sinto no ar o momento
Em que o copo está cheio
E que já não dá mais
Prá engolir...

Veja bem!
Nosso caso
É uma porta entreaberta
E eu busquei
A palavra mais certa
Vê se entende
O meu grito de alerta

Veja bem!
É o amor agitando o meu coração
Há um lado carente
Dizendo que sim
E essa vida dá gente
Gritando que não..."

Gonzaguinha