quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Prosa de um bom novo dia

Ouço o cheiro que esta fineza alcança, ao brilho eterno opcional dos dias
de poesia: Se quero faço prosa, se não quero covardia.
Não rimo mais minhas palavras pobres. Fui mesmo de prosa, abandonado da poesia. Mas esfrio-me de angústia às forças de linhas novas, em busca de gratidão ao meu novo dia. E, assim, sem querer as rimas se fazem, se encontram e atraem os olhos da leitura; Quero pensar que da vista faço o gosto, o sentimento e, alguma, literatura.
Entrego ao tempo que foi também os nãos que minha boca serviu.
Sou muito assim, meio Pastor de causas que compro, sincero e fiél. Se vou de
prosa, não faço acordo com rima e deixo de contar as sílabas que meus
dedos produzem. Preocupo-me agora com algum conteúdo, aproximar minha prosódia ao bom gosto e evitar de negar o que posso consentir.
Ah... este monte de gente que se mexe enquanto proseio. São o mote de meus sentimentos. Tenho que alguns sequer sentiram o cheiro do dia, que pena... Faço reforço à opção que refiro-me em princípio, a opção de optar. Podes abjurar os tempos que se fazem nossos enquanto pisamos o chão, fazes-te um próprio objeto animado com a vantagem que morre um dia, a coisa persiste.
Bom dia o de hoje para prosear.
Acordei e continuo vivo, que alegria. São tantos os motivos que tenho a
agradecer que medro por não conseguir fazer as outras coisas que tenho. Não
posso fazer um ou outro, devo os dois. Por este caminho, aproveito a minha prosa para esconder ambas as atividades que devo: Em uma frase agradeço; Noutra
admiro.
Tenho muita aflição por esta gente toda que anda sozinha. Podem
esbarrar em um objeto qualquer e fazerem morrer aquilo que agradece por tudo
mais que o agressor! Mesmo que os pedaços persistam, talvez já esteja bom.
Estimo, todavia, aqueles outros que choram de alegria por estarem, ainda, contra
o vento dando licença aos sentidos.
Quantos cortes de cabelo existem nestas cabeças? Já são de cores diferentes e de textura singular, uns parecem-se um pouco com outro, mas às vezes nem notam. Não sei que faço com estes todos, prefiro o dia que me mantém vivo e escrevendo. Prefiro o dia, ou a noite, aos donos destas cabeças de cabelos os mesmos. Guardo uma admiração secreta por estes, não posso contar o que, no entanto tenho por cada um uma avaliação completa de gênero, espécie e opção sexual. Que faço, se nem consigo manter a promessa de não usar o não? Já são vários nestas mesmas linhas, que já extrapolam o limite da compreensão. Portanto encerro, para evitar de fazer
o que não quero e volto ao meu ofício de continuar minha admiração.

Luiz Felipe Angulo Filho