segunda-feira, 30 de junho de 2008

Ensaio da Sobrevivência

Preciso viver amiúde de mim
Em minha companhia difusa e concluída,
Percorro a liberdade de ser, com o embaraço indissociável da existência

Não concedo mais cedência em apresentar-me integral,
Ou talvez ceda, algum dia que não é hoje, outro dia...
Hoje não: - Hoje poetizo;

Erijo linhas oblíquas de exposição,
Falo sozinho e com o papel e é tudo...
Sem demora posso variar, todavia não obsto pelo que já disse...
Se não sou, é o que fui - lídimo, e basta.

Míngua, ainda, a preponderância da perenidade da idéia
A variedade de elementos perturba o repouso do juízo,
Enleio-me com a mesma freqüência que faço uso dos pronomes e de auxílio

Preciso, então, permanecer
Pois enquanto a solidão permite-me a opção da companhia,
A companhia censura-me a liberdade basilar de estar só.


Luiz Felipe Angulo Filho
Brasília, Junho de 2008