quarta-feira, 15 de julho de 2009

Prelúdio indesculpavelmente poético

Meu prelúdio indesculpavelmente poético
Divulga ao meu peito a compleição de novos alentos
Soubestes interpor-se entre minha poesia e meus sentimentos
Cedendo alguns carinhos seus ao meu sermão ortoépico.
..
Mariela... Não sabes sequer do amor que tenho dela
(Se ao menos soubesse eu deste amor que me acometeu.)
A instância de fazer-me rogado ao que é romanesco,
Ao que catolicamente é inadmissível,
Salvo os poemas quais penso ainda poder produzir,
Dissolve-se na mesma proporção em que se torna visível
Sua imagem em que meus delírios escondiam a expressão.
..
Mariela... Será este o nome dela, ou dela minha afeição?
Penso não ser de Maria, embora haja alguma poesia...
Penso não ser Madalena, embora haja tanto poema...
Penso, portanto, que sejas amada e minha própria ilação
Diz-me que queres teu amor em prosa descrito,
Embora seja bastante esquisito:
Descobrir em outrem a resposta perdida
Do maior sentimento que trago na vida
..
Luiz Felipe Angulo Filho