Lastimo pessoalmente os movimentos do
sangue de meu corpo que oscilam em busca de alguma veia,
Enquanto aprecio a confirmação da minha
existência, entendo que existo em exagero.
Meus lamentos são tantos e tudo, e mais,
que a minha maior lamentação faz-se prantear
(Prantear em exagero,
evidentemente)
Devo ter algum agastamento que me mantém
entre a e moléstia e o equilíbrio,
No incómodo e perseverante desgosto sem
causa,
noto com mais precisão cada estímulo de
minha fisiologia;
Em paz, faço-me livre das coisas do mundo
e, no entanto, persisto;
Os sonhos apropriam-se das dores
- ou apenas esvazio - e elas não
sei para onde vão...
Desconheço o destino de tanta
felicidade,
muito embora sem emular, desconheço
somente...
As personagens permanecem abençoadas sem
interrupções
e não sei até onde é verdadeiro: Os pares
de sentimentos legítmos e generosos,
amigos de infância, tudo e muito para
sempre.
Devo, de fato, ter alguma cólera
crónica,
herança genética ou infecção adquirida em
linhas de algum poema de menino
Não desconheço a riqueza, mas sede
esplêndido perenemente?
Contudo, creio em tudo, salvo na
perenidade.Luiz Felipe Angulo Filho
Proporcionar a todos os usuários e fundamentalmente para mim, um módico arquivo digital de cultura. Esta é a razão de ser deste Blog. Intervenções precisas, como fez Camões, sem manter um verso em falso; Lamentos de amor de Vinícius, em prosa e verso, falado e cantado; a Esquizofrenia contagiosa de Pessoa; as letras soberanas de Chico Buarque; Os conselhos ditados por Drummond; E por fim, algumas das bestialógicas quais produzo em linhas pretenciosas, todavia bem intencionadas.