quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Os meus amigos

Há tempos que não atualizo este espaço. Isso não quer dizer, de forma alguma, que não tenho passado por aqui. Estou sempre por aqui, lendo as mensagens, respondendo aos e-mails e tudo mais. Infelizmente, deixei de trazer para cá (ao menos por estes tempos) os últimos textos que recebi; - Inclusive agradecimento especial a quem tem me enviado - E como medida permanente (..até porque eu não estou nem aí para as provisórias), trago um texto especial que me chegou às mãos pela pessoa mais especial que um dia pode existir para mim: minha mãe.
O texto é assinado por Oscar Wilde. Normalmente, em casos como este, eu me proponho a investigar para conferir o crédito do texto. Mas gostei tanto, me fez tão sentido, que tenho medo de encontrar um autor que eu desconheça e perca um pouco do que há de credibilidade em um autor como Oscar. Assim, não trago assinatura, só o conteúdo.
Boa leitura!
...
Escolho meus amigos não pela pele ou outro
aspecto qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e
tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus
de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não
quero resposta, quero eu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e
agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco. Escolho
meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta.
Não quero só o ombro ou o
colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto não sabe sofrer
junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis nem choros piedosos.
Quero amigos sérios,
daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam!
Para
que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice.
Crianças, para que não
esqueçam o valor do vento no rosto e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos,
bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é
uma ilusão imbecil e estéril.