Os cabelos que guarda para ti confrontam
com meus dedos.
A minha mão que sai do meu corpo, pertence já não a mim e,
sim, aos seus fios escuros que te protegem do sol e da calvice.
Sabes que houve demasiados confrontos entre a existência e alma, a alma... Ambos conhecem-se apenas pouco, todavia acredite que não são agressões reprimidas de uma vida real, mas carinhos largos que penteiam seus cabelos, sua alma, sua
existência...
Peço que não se ponha a amuar-se contra meus dedos dedicados,
por fim, que tocam seu couro e fecham os olhos que tenho em troca de uma suposta troca de brandos sinceros e, por então, encaminhe esclarecimentos, não ao couro, mas à alma que te sustenta.
Proferi alguns dos advérbios que sei confiante particularmente na clausura de minhas idéias longas, consequência da inocência empírica que mantenho por laser; E, assim, escrevo poesias despretensiosas cuja razão se aproxima somente da prosódia - a qual investigo e tantas vezes erro - esqueço, portanto, as conseqüências humanas de uma literatura privada, mas que
sei disso?
Permaneço, então, alternando meus movimentos em longos caminhos com os braços que sustentam a existência de seu corpo e persisto com alguns dedos da mão mais próxima, a outra repousa; Prossigo em afáveis contatos do corpo que tenho contra os fios que nasceram sob a riqueza de sua excelência. São eles que constroem nós variáveis e desafiam-me a soltá-los ou a discutí-los e, assim, apenas desisto se lhe trago alguma dor.Luiz Felipe Angulo Filho
Proporcionar a todos os usuários e fundamentalmente para mim, um módico arquivo digital de cultura. Esta é a razão de ser deste Blog. Intervenções precisas, como fez Camões, sem manter um verso em falso; Lamentos de amor de Vinícius, em prosa e verso, falado e cantado; a Esquizofrenia contagiosa de Pessoa; as letras soberanas de Chico Buarque; Os conselhos ditados por Drummond; E por fim, algumas das bestialógicas quais produzo em linhas pretenciosas, todavia bem intencionadas.