Sinto uma enorme pena de mim mesmo por não poder passar o dia pesquisando poemas. Eu gostaria, sim, de poder ter como esta minha atividade. Alguns eu reconheceria, alguns tantos eu me surpreenderia, alguns poucos eu não gostaria e nos mais ajeitados, me inspiraria. Passo muito a vista em Drummond, leio e releio sua obra; O mesmo com Pessoa que de tanto ler, acho que já posso reconhecer Caeiro, Campos ou Reis. Mas e os outros? Os outros tantos bons e/ou melhores? Gente nossa, como Suassuna, por exemplo. Fico feliz por isso e, em absoluto, por ter ainda muito tempo para conhecê-los um a um.
A mulher e o reino
Oh! Romã do pomar, relva esmeralda
Olhos de ouro e azul, minha alazã
Ária em forma de sol, fruto de prata
Meu chão, meu anel , cor do amanhã
Oh! Meu sangue, meu sono e dor, coragem
Meu candeeiro aceso da miragem
Meu mito e meu poder, minha mulher
Dizem que tudo passa e o tempo duro
tudo esfarela
O sangue há de morrer
Mas quando a luz me diz que esse ouro puro se acaba pôr finar e corromper
Meu sangue ferve contra a vã razão
E há de pulsar o amor na escuridão
Ariano Suassuna
Proporcionar a todos os usuários e fundamentalmente para mim, um módico arquivo digital de cultura. Esta é a razão de ser deste Blog. Intervenções precisas, como fez Camões, sem manter um verso em falso; Lamentos de amor de Vinícius, em prosa e verso, falado e cantado; a Esquizofrenia contagiosa de Pessoa; as letras soberanas de Chico Buarque; Os conselhos ditados por Drummond; E por fim, algumas das bestialógicas quais produzo em linhas pretenciosas, todavia bem intencionadas.