segunda-feira, 16 de outubro de 2006

À instabilidade das cousas no mundo

Não me considero um intelectual, nem nada que o valha. Muito pelo contrário, gostaria de o ser! Mas para tanto, buscamos o conhecimento da história, de grandes peças e conhecer, ao menos, os nomes e procedências dos que fizeram a diferença até aqui. Mas a questão que levanto não é esta. A questão é que atualmente, não se levantam mais questionamentos. O porquê das coisas - Será que faz-se entender que uma rápida pesquisa no google resolve qualquer problema? Não sou um intelectual, mas sou um curioso e por isso trago os questionamentos abaixo de Gregório de Mattos.

Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.

Porém se acaba o Sol, por que nascia?
Se formosa a luz é, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?

Mas no Sol e na luz, falta a firmeza,
Na formosura não se crê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.

Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.

Gregório de Mattos