sexta-feira, 27 de maio de 2011

Se acaso fosses...

Se fugiste à desdita consorte,
Se com sorte saístes assim
Optara por alameda vazia,
Sem nenhuma poesia inventada por mim

Se não soluças meus lamentos noturnos,
E em minha vida diurna não choras por ela
Tu não choras por nada que valha,
Mas manténs a medalha de ter minha tutela

Se não renuncias nossos dias de riso,
Pesquiso se ainda há coração
No meu peito duram veias aflitas
E excitas meu resto de inspiração

Se não crias poesias movidas,
Se poesias tu não podes criar
Então, solte, eu escrevo sozinho
E penso baixinho pra ninguém escutar.

Luiz Felipe Angulo Filho