O passado não tem tempo, não tem jeito:
Hospeda-se entre o peito e faz-nos companhia
Na medida em que a coisa é finada e o trato desfeito,
Logo nasce algo de permanente pelo dia.
A coisa findada é ocasião,
Não a tenho mais por perto,
Contudo e a recordação?
Se a coisa desfeita é tida por completo,
O completo é imperfeito, é par da ilusão...
O dia novo não é passado, por enquanto
Outras coisas serão findadas e reúnem-se as utopias
E quanto mais as coisas forem postas em um canto
Mais ganhamos outras novas companhias
A coisa nova és-nos conteúdo de efeito convincente
E é assim que a coisa passa desperta sem dormitório...
E se a coisa é dada em contumaz estado permanente
Eis que o dia finda e o estado da coisa se revela provisório
Luiz Felipe Angulo Filho
Proporcionar a todos os usuários e fundamentalmente para mim, um módico arquivo digital de cultura. Esta é a razão de ser deste Blog. Intervenções precisas, como fez Camões, sem manter um verso em falso; Lamentos de amor de Vinícius, em prosa e verso, falado e cantado; a Esquizofrenia contagiosa de Pessoa; as letras soberanas de Chico Buarque; Os conselhos ditados por Drummond; E por fim, algumas das bestialógicas quais produzo em linhas pretenciosas, todavia bem intencionadas.