Eu, poeta e hipocondríaco,
Recebo-te amargura como minha legítima companhia.
Prometo respeitar-te e até – quiçá – amar-te
Prometo ser arduamente fiel simplesmente na doença.
A saúde, desconheço...
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Prometo, então, a convalescência da pobreza das almas
Prometo ser-lhe rico em cálices
Atalhados pelas lamúrias que não saem
De um bardo de cristandade parcial.
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Eu, poeta e ambidestro,
Acolho-te tristeza de saber-se apenas
Recebo-te com a intimidade dos dias,
Dos largos experimentos de minhas idas
Havendo por testemunha minhas poesias
Hoje e por todos os dias de nossas vidas.
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E assim, pelo poder por mim investido
Declamo o autor ao invés de marido,
Comprometido por sua postura inquieta
Envolvidos para sempre, como poesia e poeta
.
Luiz Felipe Angulo Filho
Proporcionar a todos os usuários e fundamentalmente para mim, um módico arquivo digital de cultura. Esta é a razão de ser deste Blog. Intervenções precisas, como fez Camões, sem manter um verso em falso; Lamentos de amor de Vinícius, em prosa e verso, falado e cantado; a Esquizofrenia contagiosa de Pessoa; as letras soberanas de Chico Buarque; Os conselhos ditados por Drummond; E por fim, algumas das bestialógicas quais produzo em linhas pretenciosas, todavia bem intencionadas.