terça-feira, 13 de outubro de 2009

Eu

Eu, devoto de São Francisco Buarque,
Poeta de precários arrazoados de juízos tantos,
Freqüentemente estático,
Ensaio uma prece de confissões de não cortesia aos dogmas do catolicismo.

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Porquanto creio eu estar em estado de isolamento cruciante,
Cujos afetos mais legítimos são-me a poesia e a angustia
Descuro normas meramente sociais em razão aos sentidos que tenho
E tento equilibrar em mim mesmo o que trago de estupidez e astúcia

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Justo eu?

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Eu em que minha prece aprecio tanto a imprecisão das prioridades,
A desejar secretamente enfermidades para os quais não guardo simpatia
Em particular aos marginais que sobrecarregam os encargos sociais
Contudo ordeno flores infindas às personagens de minha poesia

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Justamente eu...

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Castigado desde a infância com a afronta dos sentimentos
Ponho-me a descontar em poemas os conflitos tantos de meus alentos.

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Luiz Felipe Angulo Filho
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