O sobrepor
de uma exagerada realidade obsta o sentido, desvia o olhar...
Por
aparência os enleios vitais evidenciam a existência de necessidades maiores,
Que a mesma
vida obstrui, mas o amor é tanto e o quando é um tempo só.
As
intempéries de uma vivência abastada de luxúrias trazem problemas oculares e
cardíacos
O órgão
resiste com aptidão por função, entretanto apenas vive quando no anseio.
Se eu
soubesse...
Este amor
internado, diagnosticado como máximo esquiva-se por defeito do amante
Os resíduos
ópticos e cardiológicos adaptam-se com o costume de aparelhos
A esta
altura o amor dissemina-se pela temporada e entope cavidades cujo aspecto era cavo.
O amor estoura
a sanidade e recupera as funções motoras do corpo tornando-as aleatórias
Eis que o
coração se ajusta e os olhos perdem integralmente o emprego
O amor se
instaura com a gravidade de um parto, os sentidos outros subordinam-se
E o amor se estabelece.
Se eu
soubesse...
Se eu soubesse cometeria a penalidade de impedir o arrebatamento da chegada da ternura!
Se fosse
possível impedir a sobreposição de misérias privilegiando o amor total
Haveria diluição
e o enlevo inexistiria! O amor seria descrito em partes pequenas, como quem o reduz
E os rebentos
conservar-se-iam em plena cátedra.
Se eu soubesse,
enfim, repetiria o fingimento.
Exibiria este
amor em arroubo incondicional o qual, hoje, explico em poesia.